segunda-feira, 5 de setembro de 2011

1984

George Orwell, 1949
Editora Companhia das Letras

Sinopse: 1984 não é apenas mais um livro sobre política, mas uma metáfora do mundo que estamos inexoravelmente construindo. Invasão de privacidade, avanços tecnológicos que propiciam o controle total dos indivíduos, destruição ou manipulação da memória histórica dos povos e guerras para assegurar a paz já fazem parte da realidade. Se essa realidade caminhar para o cenário antevisto em 1984 , o indivíduo não terá qualquer defesa. Aí reside a importância de se ler Orwell, porque seus escritos são capazes de alertar as gerações presentes e futuras do perigo que correm e de mobilizá-las pela humanização do mundo.

"Guerra é paz,
Liberdade é escravidão,
Ignorância é força".

Talvez aos olhos de um observador mundano e por consequência ignorante e desatento, estas palavras soem contraditórias, e elas de fato o são, mas isso agora é irrelevante. O que devemos notar é a sensação de desconforto que todas elas nos causam. Temos a ideia fixa de que todas as amarras que tentam nos impedir algo, mesmo as que nos impedem de cair num abismo, estão nos impedindo de progredir em nossa jornada. É como se o futuro tal qual o vemos e por essa visão lutamos para obter, fosse consequência obrigatória. Como se o futuro fosse obrigatório.

Depois de ler 1984 sei que não, e não é pelo fato de o passado ser mutável. Talvez o futuro seja apenas um prolongamento desnecessário do presente, criado para que possamos terminar o que foi começado hoje. É como se todos parássemos o relógio no meio da noite e, todos fazendo isso, de fato criasse algumas horas a mais. Eu só espero que alguém mais resolva, como 6079 Smith W., parar de deixar as coisas incompletas. Talvez ai sim as sentenças iniciais possam ser invertidas.

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