sábado, 28 de janeiro de 2012

Horizonte Vermelho

Elizabeth Pereira pelo espírito Sophie, 2011
Editora Vivaluz
Sinopse: Neste romance espírita, psicografado por Elizabeth Pereira, a autora espiritual, Sophie, nos emociona e nos leva a refletir sobre as lutas da humanidade para conquistar a ascensão espiritual: paixão, ódio, egoísmo, revolta, honra, amor sublimado, perdão, são alguns dos temas que ela aborda em sua narrativa vigorosa e envolvente. Será impossível ficar indiferente diante desta belíssima história. Após séculos, muitos de seus personagens ainda continuam na Terra, prosseguindo em sua caminhada evolutiva. Tratando de questões como a reencarnação, o livre-arbítrio, a mediunidade e a relação entre os planos material e espiritual, Horizonte Vermelho é um presente da Espiritualidade para aqueles que desejam ampliar seus conhecimentos espíritas, compreendendo melhor as teias de dramas e paixões que enredam nossas vidas.

Eu tenho um problema confuso com literatura psicografada: acredito que seja um gênero à parte de literatura, então tento encaixar nos conceitos que já tenho. Isso, de alguma forma, influencia bem mais se gosto de um livro ou se ele é de fato, bem escrito. Porém, apesar de isso ser algo bem pessoal, minha mãe que também é leitora assídua, concorda quanto ao fato de esse livro ser especialmente confuso.

Para quem quiser se arriscar nele, um spoiler na tentativa de explicar a ordem dos fatos (selecione o texto para ler): a menina que conta a história no início dos livros é Sophie, espírito que nos traz a história. Não a confunda com Eugene, de quem ela nos conta.



Literatura psicografada, por (buscar) nos tornar menos ignorantes, tem um forte impacto sobre mim e esse livro, posso afirmar, foi um dos mais impactantes, assim dizendo. Já havia lido outros antes desse, mas os achei tão, como dizer, sem graça. Esse, ao contrário, é cheio de emoção. Tem paixão, raiva, redenção, amor, mortes. É muito digno. E a forma como foi escrito mesmo, a fluência, me atrai especialmente, e no entanto não deixa de ser compreensível.

E, desculpe, mas é quase impossível não julgar esse livro pela capa, que por sinal é muito linda e bem feita, como todos os outros livros da editora. Vou encomendar outros assim que for possível, quero muito.

O último exemplar da loja, preço meio salgado, mas valeu muito a pena. Me fez repensar muita coisa sobre tudo.

Papisa Joana

Donna Woolfolk Cross, 2009
Editora Geração

Sinopse: Filha de um missionário inglês e de uma mãe saxónica, Joana, nascida a 814, sente-se frustrada pelas limitações impostas à sua vida pelo simples facto de ter nascido com o sexo errado. O seu irmão Mateus começou a ensiná-la a ler e escrever quando Joana contava apenas seis anos. Com a sua morte, Joana recorre a toda a sua astúcia e capacidade de ludibriar de modo a continuar a dar largas à sua paixão pelo saber. Mais tarde, Joana foge de casa para seguir os passos do seu irmão João, a caminho da escola religiosa na Catedral de Dorstadt, onde ela se torna a única presença e estudante feminina tolerada. Mais tarde, usando as roupas e identidade do irmão, depois deste ter sido chacinado durante um ataque normando, Joana foge e entra para o mosteiro de Fulda, onde ela se passa a denominar, depois de feitos os votos primordiais, João Anglicus.

Todo dia quando ia devolver os livros à biblioteca, passava por este com curiosidade, mas sem tocá-lo. Não o ignorava, era só que outros livros me atraíam mais. Um dia, meses depois de descobri-lo, resolvi lê-lo. No começo, é um livro chato, sendo bem sincera. Chato de verdade, sem graça nenhuma, mas conforme a leitura avança eu fui me descobrindo ansiosa para ver o que iria acontecer com Joana. Na verdade, me identifico bastante com ela, excetuando o fato de que não teria a mesma coragem para enfrentar o poder.

Como a autora mesmo diz ao final, não é um relato histórico, mas é um romance histórico, então alguns pequenos erros como datas e tudo mais são perfeitamente aceitáveis. Por fim, depois de ler Papisa Joana, a lenda da mulher-papa tornou-se bem mais real, mostrando que a Igreja Católica não é lá tão inocente quanto se faz crer que seja.

Eu sou o Número Quatro

James Frey e Jobie Hughes, 2010
Editora Intríseca
Sinopse: Eu sou o Número Quatro é o primeiro volume da série Os Legados de Lorien, contada por Pittacus Lore, Ancião de Lorien a quem foi confiada a história dos Nove.

"Nove de nós vieram para cá. Somos parecidos com vocês. Falamos como vocês. Vivemos entre vocês. Mas não somos vocês. Temos poderes que vocês apenas sonham ter. Somos mais fortes e mais rápidos que qualquer coisa que já viram. Somos os super-heróis que vocês idolatram nos filmes e nos quadrinhos — mas somos reais.

Nosso plano era crescer, treinar, ser mais poderosos e nos tornar apenas um, e então combatê-los. Mas eles nos encontraram antes. E começaram a nos caçar. Agora, todos nós estamos fugindo.

O Número Um foi capturado na Malásia.

O Número Dois, na Inglaterra.

E o Número Três, no Quênia.

Eu sou o Número Quatro.

Eu sou o próximo."

Eu não sei realmente o que dizer desse livro, não mesmo. Comprei-o como um presente de natal adiantado, em vias de dezembro do ano passado, porque já estava cansada de ouvir falar dele e não ter lido. Ultimamente tenho feito muito isso, ok. E, bom, capa, contracapa, sinopse e resenhas eram tão instigantes! Comecei a ler o quanto antes.

Sabe quando você compra um brinquedo novo e descobre que todo mundo já tem? É mais ou menos isso. Começa pelo fato de ser narrado em primeira pessoa. ODEIO POV! Dá um ar over power à personagem-narrador, porque ele precisa dar o máximo de informação, causando aquela sensação de que, ou ele é um retardado mental, ou ele sabe de tudo. O único livro digno escrito em primeira pessoa que li desde sempre é Dom Casmurro. Sem mais.

E depois, apesar de os autores saberem trabalhar ação e aventura muito bem, prendendo a leitura, sei lá... ficou desconexo. As cenas ficaram bem feitas, tudo bem, mas não consegui enxergar o sentido em fazer algumas coisas. É como se eles tivessem feito uma história razoável e o editor fizesse um review do que precisava ser mudado, daí eles começaram a acrescentar coisas no meio do texto para adequar tudo e, booom, o livro foi publicado.

Sobre as personagens, é tudo muito estranho, principalmente por conta do POV (ao menos, Lore não é uma personagem- OH, WAIT!). Eu não conheço os outros livros da série, mas depois dele, sinceramente eu não sinto vontade alguma de conhecê-los.

Somente os leitores que se identificarem com Stephanye Meyer esse tipo de narração podem gostar. E apesar de ser uma história adolescente, preciso admitir que a parte de ação+aventura é deveras atrativa, mas, só.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Dito pelo Maldito

Segundo o próprio autor, é um "blog voltado para a literatura de contracultura . Seus textos são provocativos, críticos, cínicos e debochados, muitas vezes não tomando partido em uma questão apenas para poder agir como uma espécie de Advogado do Diabo do caso. Na verdade um anti-blog criado para falar bem,...de tudo que você odeia." Descobri numa viagem noturna ao Ocioso.com e como não tinha nada melhor para fazer, beleza, comecei a ler o conteúdo. Na verdade, eu acabei de conhecer o blog e não tenho muito o que fazer, mas é digno. Muito digo. Todo mundo lê, menos a Luisa, que está no Canadá.



Aconselho muito o podcast deles, o MaudioPost. Especialmente o número 16, sobre o sobrenatural. É um pouquinho longo, mas vale muuuuuito a pena. E né: ACORDA, PUTADAAAAAA!!!

RIARIARIARIARIA, morri.

Imaginaerum


Então, vamos pular o clichê das comparações. Tarja é tão diva que não merece. Anette sonha em chegar lá, o que já é um começo, mas ela ainda tem um longo caminho a percorrer.

Imaginaerum é o novo álbum do Nightwish (o sétimo deles, segundo com a Anette Olson), banda finlandesa de bastante prestígio no cenário metal mundial. Conta, segundo A Enciclopédia de Todos Nós, a história de um compositor no leito de morte, o que eu senti em algumas músicas.

Com atenção para o verso final de Song of Myself, acredito que Tuomas Holopainen encerrou um ciclo iniciado em 2005 com a demissão da Tarja. Enfim, né. Boa sorte. Eu gostei bastante, depois de vencer o medo de ter os tímpanos perfurados pela voz da Anette de Dark Passion Play.
Podem fazer download aqui.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Manual do bom leitor


Pessoalmente, não gosto de livros novos. Parecem crianças catarrentas querendo, com uma lamúria, passar algo que não aparentam conhecer. Os livros velhos, sim, têm história. Em geral eles vêm às nossas mãos das formas mais estranhas e cheios de rabiscos, assinaturas, dedicatórias e notas para reflexão. Os mais ousados podem vir com bilhetes post-it lembrando os antigos donos de compromissos como buscar as crianças na escola às 6 horas; os românticos vêm com papéis de bombons marcando páginas, deixando aquele cheiro indistinto, entre alegre e enjoativo. Os realistas usam clipes de papel ou marcadores próprios, mas os leitores de verdade, eles sim, e só eles, têm o poder de fazer uma boa orelha-de-burro, apontando a frase aonde a leitura se interrompeu. Eu sou desses. É maravilhoso dobrar a página branquinha, ou amarelada; é como contar uma piada engraçada e fazer o livro se dobrar de rir.

Não que os livros novos não tenham suas vantagens. Comprados ou ganhos, os livros novos, alvos, são papel perfeito para anotações dos mais diversos teores, de dedicatórias a colegas de trabalho (breves, polidas, assinadas com letra cursiva e datadas do dia do amigo oculto) à pedidos de namoro e casamento. São crianças que começam sua longa caminhada em busca de quebrar a celulose de suas páginas com as migalhas, as gotas e, por que não, as lágrimas de seus donos. Algumas crianças mais ousadas podem até pedir um pouco de Coca-Cola, e o leitor, emocionado, às vezes não pode negar. Os mais extrovertidos podem ofertar a alvura etérea de suas páginas aos gizes coloridos das crianças, sendo marcados com formas indistintas.

No fim, não importa se o livro é velho ou novo. Importa, e muito, é a historia que suas páginas, rabiscadas ou não, podem nos contar. E lembre-se, se o livro é bom, passe-o adiante.

Ps.: não queime ou delate os ruins, eles são crianças aprendendo a caminhar numa vereda calejada de velhos companheiros, merecem algum espaço, por menor que seja, naquela prateleira especial.

Ps.²: Twilight Saga é uma exceção ao ps acima.