sábado, 12 de novembro de 2011

Um certo capitão Rodrigo

Erico Veríssimo, 1949
Editora Globo
Sinopse: Quando Rodrigo Cambará surge no povoado de Santa Fé, em outubro de 1828 - a cavalo, chapéu caído na nuca, cabeleira ao vento, violão a tiracolo -, parece chamar encrenca. Com a patente de capitão, obtida no combate com os castelhanos, é apreciador de cachaça, das cartas e das mulheres. Homem de espírito livre, não combina com os habitantes pacatos do local, mantidos no cabresto pelo despótico coronel Ricardo Amaral Neto. Mas depois de conhecer Bibiana Terra, nada convence Rodrigo a arredar o pé da aldeia. Nem a aspereza de Pedro, pai de Bibiana, nem a zanga de coronel, que não vê com bons olhos os modos do capitão. Nem mesmo o fato de a moça ser cortejada por forasteiro. Rodrigo, porém, está apaixonado, e quer casar-se. Como ele mesmo diz, não tem medidas, "é oito ou oitenta".
Para o capitão Cambará, é matar ou morrer, num descomedimento que sugere o descortinar de uma crise anunciada. Descrente dos valores prefixados sejam eles impostos pelo governo ou pela Igreja, Rodrigo é insubordinável: "Se Deus fez o mundo e as pessoas, Ele já nos largou, arrependido".
Faz parte do romance 'O tempo e o Vento', divido em três partes (O Continente, O Retrato e O Arquipélago - 1949, 51 e 62, respectivamente). Não sei de qual deles faz parte esse fragmento, mas creio que por conta da minúcia, esteja distribuído por todos eles.

Tenho esse livro há alguns meses, mas admito, retardava ao máximo a sua leitura, porque logo no começo a história mostra o ritmo que terá durante toda a sua duração: lento. Bem lento. Talvez por isso no skoob haja tantos abandonos. A história em si não é das mais atraentes no quesito enredo, porque apenas fala de um aventureiro que chega a uma cidade quieta em busca de briga, que se apaixona por uma das moradoras, que vem de guerras em busca de paz e coisas assim.
Sendo cruelmente sincera, o livro é chato, mas é uma boa leitura para os que gostam de romance histórico nacional. Se não me engano, é sobre a guerra dos farrapos no Rio Grande do Sul, em 1835.
Bem, não há nada mais que possa dizer sobre o livro, então é isso. Só para que gosta desse tipo de romance.

Mein Land

É esse o nome do novo single da banda de tanz metall Rammstein. O clipe foi lançado ontem (11/11/11) pela manhã no site da banda, com a direção de Jonas Akerlund (Mann gegen mann e Pussy).
Dias antes 11 minivídeos haviam sido lançados como prévia.

Gostei especialmente desse:




Sobre o single, eu achei a letra enjoadinha, mas é legal. O clipe ficou divertido, especialmente a cena em que o vocalista, Till Lindemann lindo e tesão, vai correndo socorrer alguém que se afoga. É meio incrível que ele tenha aquele físico em vias de 50 anos, mas isso não é o principal.
A melodia, ao contrário da letra, muito me agrada, e apesar de Mein Land ter vazado alguns dias antes do lançamento, continuo achando que a propaganda do 11 foi muito bem feita em torno da música (para quem não notou, todos os álbuns studio deles têm sempre 11 músicas).

Como fã da banda, surtei quando encontrei o vídeo no meu e-mail. Não é a obra prima do Rammstein, que reservo para Mein Teil, mas é muito bom. *-*


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

KaFKa e a marca do corvo

Bem, faz algum tempinho que não posto resenhas aqui, então aqui vai uma fresquinha de um livro que muito me agradou.


Jeanette Rozsas, 2009
Editora Geração

Sinopse: Biografia romanceada de Kafka, onde a autora pesquisou durante anos, para se certificar de que a fidelidade histórica não sofresse o menor arranhão. E, numa parceria equilibradíssima, aliado ao cuidado da pesquisadora sempre esteve presente o talento da prosadora. A obra de Kafka — sua linguagem protocolar, os contos fantásticos e os romances claustrofóbicos, as cartas e os diários angustiados — marcou profundamente muitas gerações de escritores. Somente uma escritora muito apaixonada por essa obra poderia realizar este cativante romance biográfico. Jeanette Rozsas é essa escritora.

Começando pela capa do livro, que por sinal foi o que mais chamou minha atenção quando o vi na estante, ela é maravilhosa. É do jeito que eu imagino a capa de um bom livro de suspense, embora este seja uma biografia. A vida de Kafka, aos meus olhos e não apenas pela leitura do livro, foi uma ótima história de suspense.

Apesar disso, logo no começo do livro há algo que por muito, muito pouco, não me faz desistir de lê-lo: introdução. Eu sei que é algo bem comum nos livros clássicos, especialmente em biografias de figuras conhecidas, mas por favor, fazer uma introdução gigantesca (como é a maioria) na qual se conta quase tudo do livro é muito, digamos, anticlímax. Descobre-se quase tudo do livro numa introdução longa.
E por uma sorte muito grande a introdução de Kafka e a marca do corvo não é como Dom Casmurro ou Admirável Mundo Novo, cujas resenhas postarei em pouco.

O livro em si é a biografia romanceada de Kafka. É simples, básico. Não há grandes aventuras, como umas outras que já li, mas a vida dele tal como é contada é uma aventura daquelas reais, que acontecem a todos nós. Por outro lado, o livro cumpre exatamente a premissa, mas não surpreende. Acredito que a parte mais 'surpreendente' seja a da garotinha, no final, cujo relato já rendeu outro livro de contos.

O ritmo de leitura é tão bom, tão leve, que li-o numa noite só. Ao final, perguntei-me, contradizendo o que a autora diz no começo: Kafka era tão apático quanto você fez parecer? Não cheguei a conclusão alguma, pois não foi preciso. Li este livro como li vários outros, já que ele em nada se parece com aquelas biografias chatas que precisei ler noutros tempos.
Recomendo a todos como um exemplo de bom livro, boa escrita, boa leitura.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Versos soltos


  • Não entendo essa inquietação – ou medo, não sei – que o sexo provoca. Sexo é a nossa verdadeira face, porque não é inato, tampouco aprendido, é apenas instinto. E quando se domina o instinto, domina-se o mundo.

  • Não me peçam beijos ou declarações. Isso é para românticos. Meu negócio é vender o amor de verdade.

  • Eu escrevo não por amor ou necessidade, como os grandes poetas, mas tão somente por obrigação. Porque eu não viverei mais do que for preciso para ter o que me pertence, e enquanto isso eu vou me obrigando a viver.

  • Eu nunca termino o que começo. Terminar um livro é me render à ociosidade e isso eu não admito!